Já não dava mais. Jair Bolsonaro e Henrique Mandetta já era aquele casal que dormia em quartos separados.
Nenhum casamento resiste a esporadas e contrariedades públicas. O matrimônio político chegou ao fim, contaminado pelas divergências sobre o enfrentamento ao novo coronavírus.
Já era esperado e não dava mais. Para nenhum dos lados e nem para o Brasil.
Considerando o nível da crise entre os dois, a demissão demorou. Ou um demitia ou o outro pediria demissão.
A saída era consensual. Não havia mais clima nem para o presidente e nem para o ministro.
A julgar pelo clima belicoso, a transição hoje foi até amena e amistosa. Ambos foram suaves nas despedidas e nas respectivas entrevistas coletivas.
Sem ataques, sem alfinetadas próprias de ex-casais.
Feita à travessia caudalosa, em meio tempestade, agora é esperar que o novo cônjuge do Ministério da Saúde aja com equilíbrio, ciência e boa fé.
E que o novo ministro firme aliança com o governo, mas não se divorcie do bom senso.