O presidente Jair Bolsonaro passou por Campina Grande na segunda-feira, mas os desdobramentos da visita presidencial, não.
Os efeitos atravessaram a Rainha da Borborema e esta semana de burburinho.
A distância do presidente com o PSL ganhou expressão na política local. O divórcio entre Bolsonaro e a direção do partido na Paraíba, vide o deputado federal Julian Lemos, foi oficializado.
A bem da verdade, no caso da relação com Lemos, a crônica de uma morte anunciada desde os primeiros meses do ano.
Esse pois foi o primeiro recado que ficou: quem quiser ter a bênção de Bolsonaro para qualquer projeto político, não será filiado ao PSL.
Um mal-estar para Artur Bolinha, que entrou na legenda com essa expectativa, administrar.
No mesmo dia, veio o anúncio do Aliança, o partido que abrigará o “legítimo” bolsonarismo.
Outro fato constatado pós-agenda: em Campina Grande, Bolsonaro tem aliado preferencial, o prefeito Romero Rodrigues (PSD) e o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
De Cássio, vem o terceiro reflexo da visita. O tucano está vivo e com nome fincado no debate da sucessão municipal, se quiser, embora ele externe nos bastidores pouco apetite pela ‘causa’.
Quarto: João Azevêdo se mantém no campo da esquerda, mas o governo, como instituição, dialoga e mantém o nível mínimo de necessária convivência com o Planalto.
Foi o que ficou da presença no evento da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), injusta e deselegantemente vaiada, quando mostrou maturidade ao aparecer numa solenidade em terreno inóspito.
Quinto: o presidente começa a deflagrar uma nova relação com o Nordeste. Evitou polêmicas e optou por um discurso de afagos com direito a um estridente “Ihuuuuu” ao final.
Bolsonaro seguiu viagem, mas o reflexo de sua presença ficou na política estadual.