Crise revela um PSL gigante no tamanho e anão na política – Heron Cid
Opinião

Crise revela um PSL gigante no tamanho e anão na política

21 de outubro de 2019 às 12h01 Por Heron Cid
Marcada por rasteiras, ciúmes e baixaria, a briga no PSL é a expressão da 'infantilidade' política do partido

Atentai-vos, como alertava o cômico senador Mão Santa, para o barulho interno do PSL. Ele só serve para mostrar um grave paradoxo a quem tá de fora acompanhando essa crise.

E o retrato real que aparece é o que revela o partido, que tem o presidente da República e a segunda maior bancada da Câmara, grande no tamanho (53 deputados) e anão na estatura política.

Por que existe confronto partidário mais vazio do que esse que o Brasil está a testemunhar?

Uma hora deputados e o Planalto divergem no tratamento dispensado às acusações do ‘laranjal’, noutra o presidente ataca do nada o presidente nacional e por último a legenda entra em autofagia na disputa pela liderança na Câmara Federal, cujo mimo Bolsonaro quer presentear o filho, Eduardo.

Não existe uma disputa de mérito, de políticas públicas. Não há uma divergência por métodos, um choque de olhares sobre os abissais desafios e problemas a serem vencidos no país.

Ninguém encontra os que acham que o governo deveria ter olhar A ou B sobre o Nordeste, não se tem notícias de alas que sugerem ou discordam em pontos da política econômica implantada por Paulo Guedes. Não se discute questões macro, de relevo e interesse nacional.

A briga sequer é sobre caminhos e rumos do PSL, o que seria legítima e natural a qualquer partido. Não é sobre como, por que e onde? É simplesmente sobre pessoas (Delegado Waldir, Luciano Bivar, Eduardo Bolsonaro, Joice Hasselman…). Tacanha demais.

É uma contenda rasa, epidérmica, um emaranhado de interesses, de vaidades. As ‘tendências’ formadas, se é que assim podem ser chamadas, não são originárias de razões e debates republicanos. É a competição por quem é mais ou menos subserviente ao presidente.

Sacado no improviso para garantir o requisito legal e filiação ao fenômeno Bolsonaro, o partido se formou como um grande saco de gatos cuja única ideologia atendia pelo nome do capitão, figura da qual agora a maioria se insurge contra posturas, atitudes e interferências.

Aquela história: “Ao rei tudo, menos a honra”.

De lado a lado, é um debate muito pequeno para uma sigla e um presidente que comandam um gigante da dimensão do Brasil. De problemas tão enormes quanto esta imensa Nação.

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