Campina Grande não é só uma cidade. Ela tem corpo, seu povo, e espírito, seu orgulho próprio e elevada autoestima. Nem todo mundo, especialmente, nos governos, sabe lidar bem com isso.
O governador João Azevêdo parece compreender essa aura diferenciada e tenta construir uma relação desobstruída com a cidade com a qual a gestão que lhe antecedeu acumulou certo desgaste de relacionamento. Ora conceitual e subliminar, ora direto e aberto.
O longo confronto e desentendimento institucional com a Universidade Estadual da Paraíba, patrimônio afetivamente caro ao campinismo, talvez tenha sido o clímax dessa situação mal resolvida. Não a única.
Na solenidade oficial em louvor ao aniversário da cidade, semana passada, Azevêdo circulou com desenvoltura pelos ambientes sociais depois de anunciar uma intervenção do tamanho da expectativa de uma superlativa Campina Grande.
Um Centro de Convenções próprio, de R$ 100 milhões, é uma linguagem que os campinenses entendem. É, na prática, reconhecer e dar a cidade o tamanho dela. Foi no âmago do sentimento e emoção da sua pretendida.
Mas, no caso específico de uma exigente Campina Grande, não é só a obra o gracejo suficiente na conquista. O governo passado teve intervenções importantes por lá. Mesmo assim, a relação foi de antagonismo.
São os gestos, a forma e o ‘olhar’ que podem atrair e enamorar Campina. Não bastam as flores, é preciso saber serpentear com leveza nos labirintos do coração campinense.
Não é noiva fácil. Difícil, ela é de observar as ações e posturas, antes de se entregar totalmente em confiança. João começou bem, unindo palavras e atitude. Tem mais três anos ao seu favor para engatar esse romance.
