A visita do ministro General Ramos, da Secretaria de Governo, ao Nordeste cumpre um papel político estratégico.
A fala, a postura, o comportamento e as palavras de Ramos na passagem pela Paraíba são extremamente eloquentes.
O Governo startou uma estratégia de comunicação e relação institucional com a região com quem mais Bolsonaro se indispôs no começo de gestão.
O terreno mais inóspito ao estilo do presidente, digamos assim.
A propósito de apresentar o Plano Nordeste, um programa de investimentos, o ministro soube administrar as frases, afagar as autoridades, compreender os reclames, ouvir queixas e até deu razão a muitas delas.
Tanto na agenda com o governador João Azevêdo quanto no encontro com prefeitos da Famup, o que se viu foi um general exímio na patente do traquejo político e da civilidade institucional.
Declarações ponderadas, bom humor e elogios a interlocutores. Uma graça com o abacaxi da Paraíba no Palácio e uma palavra de conforto aos prefeitos da Famup, além de promessas de empenho direto ao presidente para atendimento das demandas.
Até a imprensa foi afagada. No evento da Famup, o ministro mandou retirar o cercado reservado aos repórteres. “Imprensa tem que ser livre”, enfatizou, com acréscimo de manifestações de admiração e respeito pelo trabalho do jornalismo para a democracia.
As polêmicas queimadas são na Amazônia, mas no Nordeste residem muitas chamas de resistência a Bolsonaro.
Nas audiências em João Pessoa, o ministro agiu como um diligente e perito bombeiro, apagando focos de incêndio com jatos de diálogo e extintores de política.
Uma operação para esfriar o fogo das insatisfações.