(MARIZÓPOLIS-PB) – A audiência do ministro chefe da Secretaria de Governo, General Ramos, no Palácio da Redenção, foi um duplo gesto de civilidade e maturidade institucional: do governo Bolsonaro e do governador João Azevêdo.
A conversa institucional e administrativa é um exemplar do que se convencionou chamar de “republicanismo”, uma palavra doce na boca, mas pouco prática nas ações.
O ministro apresentou os propósitos do Plano Nordeste, um bilionário programa de investimentos na região.
O governador expressou as demandas do Estado junto ao Planalto.
Ambos saíram do amistoso encontro com discursos de cooperação. Um clima simbólico de superação de diferenças. Representa a virada de página da atmosfera de confronto ideológico que rompeu a fronteira do administrativo.
O Governo Bolsonaro acerta quando buscar diálogo com governadores de uma região majoritariamente hostil ao seu programa de gestão.
O Governo João Azevêdo, também, ao separar diferenças políticas da salutar e constitucional interação administrativa, em nome de um Estado que não pode, por birra, simplesmente ignorar suas próprias limitações e demandas juntos a União.
Para João, duas notícias. A má: os fundamentalistas de esquerda criticarão a agenda. A boa; ao cidadão, na ponta, o que importa é o resultado, é a ação.
Não a cartilha de Marx, do lulalivrismo ou as insígnias militares.
Por outro ângulo, a reunião também compromete João com o gesto “republicano” que deu e recebeu, ontem.
Sentar pessoalmente com prefeitos de João Pessoa e Campina Grande, adversários políticos, mas gestores de cidades de demandas que carecem de parcerias estaduais, seria um bom começo.
Uma oportunidade de demonstrar que ele pratica aqui embaixo o que reivindica de cima.