Durou exatamente uma hora e cinquenta minutos a reunião dos cinco partidos (PT, Rede, PCdoB, PDT e PMN) de esquerda com o governador João Azevêdo.
O encontro fora provocado pelas legendas, preocupadas com os rumos, efeitos e derivações da crise interna do PSB, gerada pela destituição do diretório estadual e intervenção da direção nacional.
Com razão, essas siglas temem pelo desfecho da crise. O maior dos receios seria o afastamento do governo do que elas chamam de “campo progressista e democrático”.
Pelo que fora captado, com exclusividade pelo Portal MaisPB, da fala de todos os dirigentes, esse risco não existe.
E isso o governador tentou deixar patente durante a conversa e debate em que expôs sua visão da conjuntura política atual no Estado.
Segundo relataram os presidentes de partidos, João gastou parte do tempo de sua exposição prestando contas das ações de governo e do cumprimento da carta programática referendada pela maioria dos eleitores em outubro último.
Na tradução mais rasa: o chamado “projeto”, do ponto de vista conceitual e prático, está em execução, sem nenhum desvio de percurso, apesar das turbulências e solavancos da disputa interna pelo controle do PSB.
Nos bastidores, João externou o descontentamento com o encaminhamento que fraturou o partido e não deu garantias nem de que fica e nem de que sai do PSB.
Mas deu pistas: seu caminho depende do tom e postura do novo comando socialista. Um jeito diplomático de dizer que, pelo clima hostil em curso, está mais com um pé fora do que dentro.
Os líderes da esquerda, temerosos pelas consequências do rompimento, ouviram em contrapartida o que mais queriam. Independente do cenário, o governador quer continuar governando com estas legendas e se houver mudança de partido esta será no hemisfério do mesmo continente ideológico.
E a mensagem política mais significativa deixada no encontro: se alguém criou a crise, este alguém atende por outro nome.