“Os sonhos não têm limites”. Essa foi uma das frases com voz embargada do empresário Dalton Gadelha, durante lançamento ontem à noite do Help – Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa, em Campina Grande.
O Help vem literalmente em socorro à uma demanda que só cresce e atual rede pública de saúde da cidade e região já não supre. Será um hospital público de uma estrutura estrategicamente localizada ao lado do Dom Luiz Gonzaga, o Trauma de Campina.
O que surpreende é a ousadia da sua patrona, a Unifacisa, em erguer uma unidade de 25 mil metros de construção e previsão de 425 leitos, gigante como o espírito de Campina e o tamanho da visão do seu pensador, um sertanejo de Sousa radicado na Rainha da Borborema.
O gesto, a obstinação e a visão identificam muito o espírito da cidade, o impulso inovador da sua gente, que não apenas se vê como se faz grande, por atitudes, projetos e postura. Campina se impõe e isso fez a diferença ao longo de sua exitosa e peculiar trajetória.
E pensar que Campina Grande um dia foi distrito da pequena São João do Cariri. O que a diferenciou de sua cidade mãe? A postura altiva e agigantada de seu povo, não apenas a posição geográfica. É o que a distingue de outras tantas cidades mais antigas do que a terra dos tropeiros.
E Dalton Gadelha e a Unifacisa, hoje patrimônio de Campina e da Paraíba, representam muito esse ambiente criativo, inovador, inventivo, irrequieto e determinado.
Gadelha começou e terminou ontem seu discurso falando em sonhos. Lembrou a chegada do homem à Lua, uma obstinação do presidente John Kennedy, mas só realizada, anos depois, pelo sucessor Richard Nixon.
Recitou, comovido, “Sonho Impossível”, versão de Chico Buarque e Ruy Guerra, para música ‘The impossible dream” de Joe Darion e Mitch Leigh.
Citou uma frase do irmão, Marcondes: “O sonho é a realidade com pressa”. Ao autor do Blog, Dalton cravou: “Nem a idade vai limitar meus sonhos”.
Dalton e essa atmosfera campinista em torno dele me fizeram deixar o Teatro Unifacisa com uma sensação que gritou no caminho de volta na BR-230: um povo é do tamanho dos seus sonhos.
E a ressoar na estrada os versos de Milton Nascimento e Lô Borges. “Os sonhos não envelhecem”, Dalton. Nunca.