Oficializada, a eleição da OAB Paraíba ferve, como sempre. Três candidatos estão na pista: Paulo Maia, que vai disputar a reeleição, Sheyner Ásfora e Carlos Fábio Ismael, pela oposição.
No caminho, prós e contras para o trio em competição. Vamos a eles.
Sheyner Ásfora
Candidato mais noviço do pedaço, Ásfora tem delimitador: é visto no processo como o candidato do Governo do Estado, vide o empenho e a presença articuladora do hábil procurador-geral Gilberto Carneiro na inspiração e articulação de sua chapa.
Bem antes, Sheyner era candidato, mas desistiu e passou a conversar avançadamente com a chapa de Paulo Maia.
Chegou a ser anunciado, informalmente, como vice, mas logo após a eleição de João Azevedo (PSB), no primeiro turno, seu grupo mudou o tom e passou a enxergá-lo como candidato com potencial de vencer.
A favor, a excelente oratória, o desembaraço verbal e a capacidade de atrair insatisfeitos com a atual gestão, mas que não se sentem representados pela candidatura de Carlos Fábio Ismael.
É apoiado por grandes escritórios e, além do staff jurídico ligado ao Governo, também atraiu apoios da advocacia associada à Prefeitura de João Pessoa.
É o candidato que reúne credenciais e pronto para dar muito trabalho.
Carlos Fábio Ismael
Para muitos, apesar de ter rompido desde o princípio com Paulo Maia, não representa uma “verdadeira oposição”. A sombra do advogado Roosevelt Vita, com quem trabalha há anos, em algum grau provoca rejeição de quem não simpatiza muito com o respeitado e eloquente decano.
Carrega o peso de não ter conseguido reunir a oposição em torno do seu nome e de ainda não ostentar o que no mundo político chama-se de expectativa de poder.
Por outro lado, amealhou com sua atuação na Caixa dos Advogados adesões importantes e avançou em setores da jovem advocacia, um nicho em que o adversário Paulo Maia transita com fluidez.
Tem a vantagem de praticamente ter se tornado o único a fazer oposição permanente contra a gestão de Paulo Maia, enquanto os próprios concorrentes do atual presidente na eleição passada optaram pelo silêncio estratégico a maior parte do tempo.
Os três anos de oposição renderam capilaridade na categoria.
Paulo Maia
Sobre os ombros, a palavra não cumprida de não ser candidato à reeleição. Contra também a forte influência exercida na sua gestão pelo advogado Assis Almeida, uma espécie de guru e primeiro ministro da Ordem, o que sugere questionamentos à sua autoafirmação e liderança.
Ostenta, porém, adesões de setores proeminentes dos grupos que lhe enfrentaram três anos atrás. O apoio de Odon Bezerra, por exemplo, um adversário da eleição anterior cala os críticos do processo de reeleição.
Bezerra também prometeu não disputar e concorreu, mesmo assim os que hoje criticam Maia pela reeleição estiveram juntos com Odon na eleição passada sem incômodo algum.
Paulo ampliou sua relação com a chamada jovem advocacia, ganhou adesões de antigos adversários, solidificou sua atuação na advocacia municipalista e vai enfrentar uma oposição rachada, em conceito e em unidade.
O que poderia ser o seu maior obstáculo é um fator impulsionador. Mais uma vez, grandes estruturas estão unidas, de alguma forma, contra ele. As mesmas que derrotou três anos atrás. Detalhe: sem mandato e fora da estrutura da OAB.