A militância petista está nas ruas nesta sexta-feira. O Centro de João Pessoa virou um tapete vermelho de eleitores, simpatizantes e lideranças políticas. O ato integra a estratégia do ViraVoto, a última aposta do PT para superar o amplo favoritismo de Jair Bolsonaro, segundo as pesquisas recentes.
A agenda na Paraíba do candidato Fernando Haddad faz parte de uma estratégia maior: a cúpula do PT joga todas as suas fichas na ampliação da maioria registrada no primeiro turno no Nordeste e em estados do Norte.
Com apoios de governadores em praticamente todos os estados, o partido de Haddad tem na região o seu bastião de sobrevivência política, praticamente a única em que a liderança de Lula ainda se mantém viva, apesar de todos os pesares.
A memória afetiva dos nordestinos em relação ao Governo Lula perdura, mesmo em meio aos escândalos de corrupção e desencanto com descaminhos que nos levaram a uma crise sem precedentes.
Obras como a Transposição do Rio São Francisco, esperada por séculos, e a forte presença de programas sociais fazem a diferença num estado carente de receitas próprias e de emprego.
É nessa crença que o PT se apega nos estertores de uma campanha em que Jair Bolsonaro, o fator surpresa de 2018, chega à sua antevéspera levando multidões às ruas – assim como o PT, e inclusive nesse mesmo Nordeste – mas sem precisar sair de casa.
O PT despeja toda sua energia na praça. Sabe, mais do que ninguém, o que representará as consequências políticas de uma derrota nas urnas depois de quatro vitórias e treze anos ininterruptos no poder. E para um candidato solo, sem partido, sem grandes apoios, sem tempo de televisão e com parco fundo eleitoral.
Ingredientes que aumentam a vontade sobrenatural da sua militância virar o jogo.