Quase em silêncio, a vice-governadora Lígia Feliciano continua fazendo barulho cada vez que abre a boca. E sem esforço.
Uma declaração dela, semana passada, ainda ecoa nas rodas políticas.
Para surpresa de muitos, Lígia defende a permanência do governador Ricardo Coutinho no cargo até o fim do mandato.
Como assim? Foi isso mesmo que ele externou quando perguntada sobre 2018 ao afirmar respeito à inclinação até então demonstrada por Ricardo.
Se confirmada, essa opção do governador – acentua Lígia – é uma das raras manifestações políticas de desapego ao poder.
A doutora – como muitos chamam – deixou clara uma decisão: seguirá com Ricardo até o fim do mandato cumprindo a missão para a qual foi eleita, na vice-governadoria, colaborando modestamente no governo.
Mas, por que Lígia faz essa defesa, se ela, em tese, é a maior interessada e mais diretamente beneficiada com uma eventual desincompatibilização?
Tem várias hipóteses. Ela quer manter a postura de uma vice que não cria qualquer embaraço ou constrangimento ao governo.
Outra: conhecendo o temperamento de Ricardo, por saber que ele não é de recuos.
E a última possibilidade: por expressar o mesmo desprendimento sinalizado pelo governador.
Ou nenhuma delas.
Simplesmente por compreender que “o que tem de ser, tem muita força”, como assinalou o poeta, que ninguém foge do destino. Nem ela e nem Ricardo.