Se reparar direito, faz tempo que a articulação política do Governo vem se declarando, involuntariamente, dependente dos movimentos do campo da Oposição.
O que, convenhamos, é um erro para um agrupamento que tem a prerrogativa natural de dar as cartas, pela estrutura política que detém.
Não é isso, porém, que vem ocorrendo.
A estratégia do Governo está notoriamente girando em torno dos adversários. Seja buscando uma adesão, seja trabalhando na torcida pela pulverização de candidaturas.
O equívoco fica patente quando se depara com eventos como o Congresso Estadual do PSDB. A reação governista à reunião dos líderes oposicionistas foi um gigante recibo.
Sem perceber, de uma forma ou de outra, o Governo está sempre falando nas oposições, sempre sendo posicionado, ao invés de assumir seu protagonismo de posicionar.
Pelas alianças, pela máquina e pelo papel do governador Ricardo Coutinho no cenário, o lógico seria o Governo como ator principal, tomando as iniciativas. E não ficar a reboque dos movimentos alheios.