São evidentes os sinais do grande esforço da classe política para esvaziar, sufocar e, finalmente, matar a operação Lava Jato, o maior símbolo de avanço contra a corrupção nos últimos tempos da história do Brasil.
O patrocínio principal hoje em dia é do Governo Michel Temer. Começou com a movimentação para afastar o procurador Rodrigo Janot e nomear uma procuradora mais crítica ao modelo anterior.
Agora, o tiro da mudança no comando da Polícia Federal, com o presidente acatando um nome para a instituição fruto da sugestão do ex-presidente José Sarney.
Passos que são explicados e, certamente, resultados daquelas conversas gravadas do então ministro Romero Jucá, para quem era preciso “estancar a sangria”.
Aécio Neves, do PSDB, também foi flagrado em grampo autorizado com a célebre frase: “É agora ou nunca”, quando articulava movimento no Legislativo para conter a Operação, da qual mais tarde seria alvo.
Há um grande consenso na classe política, sobretudo, a implicada, para barrar a Lava Jato. Malandragem que era reivindicada antes por figurões do PT, inclusive o próprio Lula, e que não avançou dada a fragilidade do Governo Dilma e a vigilância da opinião pública.
Mas, sob as rédeas de Temer, o Governo tem sido mais competente na asfixia. Com o endosso e aval desesperado dos investigados que sangram à beira de uma nova eleição.